Bonsoir, mes amis :) Comment ça va?
J'espère que va tout bien!
Hoje compartilharei com vocês, sobre um dos meus filmes favoritos, e é claro, de origem francesa, porque os franceses são tops (rsrs) <3
Tão vendo essa menina ai com o sorriso na tela? Pois bem, ela se chama Amélie. Fechada em seu mundo interior, Amélie vê tudo no mais cor de rosa e, impulsionada por uma descoberta em seu próprio banheiro, decide ajudar o mundo. Durante sua caminhada, ela aprende a ajudar a si mesma.
O filme se chama Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain - FRA 2001, (O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain) e fala sobre as coisas mais simples da vida. Sobre as neuras de uma família meio desajeitada. Os sonhos de uma garota que nunca teve amigos. A busca do amor. (Algumas pessoas dizem que o quanto mais simples algo é, mais difícil é de se conseguir, certo? Errado, e Amélie está aqui para provar isso.)
Le fabuleux destin d'Amélie Poulain é um filme francês de 2001, dirigido por Jean-Pierre Jeunet e com roteiro de Guillaume Laurant. Pertence ao gênero comédia romântica, entretanto, há traços de fantasia, uma característica do Jeunet é misturar o universo fantástico à realidade além da pitada de humor infantil. No quesito premiação, em 2002, ganhou Melhor Roteiro Original e Melhor Desenho de Produção no BAFTA, Prêmio da Audiência no Festival Internacional de Edimburgo, Prêmio do Público no festival de cinema de Toronto e Prêmio Adoro Cinema de Melhor Atriz Revelação (Audrey Tautou no papel-título), além das várias indicações: cinco ao Oscar, uma ao Globo de Ouro, sete ao BAFTA, treze ao César e uma ao Grande Prêmio Cinema Brasil.

Já nos primeiros minutos, Amélie, revela-se como uma figura graciosamente estranha. Por ter pais frios e distantes, está habituada ao seu próprio isolamento. Não há abraços ou manifestações de carinho; as únicas ocasiões em que recebe atenção são as que seu pai, com um estetoscópio, realiza o exame clínico mensal. Por não estar acostumada com este tipo de contato tão direto, Amélie tem seu coração disparado; disto, seu pai conclui uma anomalia cardíaca. Sua mãe, professora severa e carregada de perturbações neuróticas, decide que Amélie deve ter aulas em casa, em decorrência do falso diagnóstico.

O longa é de uma sensibilidade sem tamanho. A simplicidade com que tudo é retratado encanta qualquer um. Cada personagem tem um pouco de seu íntimo revelado ao expectador, sendo expostos seus gostos e desgostos cotidianos. Isso permite que eles [os personagens] se aproximem de quem quer que esteja assistindo. Os pequenos prazeres da vida são destacados sobretudo por Amélie, que adora, por exemplo, enfiar a mão num saco de cereais; gosto este do qual confesso partilhar.
Um evento evidenciado na história é a morte de Lady Di. Ao assistir a notícia do acidente, Amélie derruba um objeto que bate no ladrilho mostrando um esconderijo no apartamento antigo onde o morador anterior havia escondido um "tesouro" quando criança. A jovem então é motivada a entregar anonimamente a caixinha ao dono, fazendo de tudo para descobrir quem ele é. Um outro morador do prédio, Joseph (Dominique Pinon), o "Homem de Vidro", a ajuda dizendo que é Dominique Brotodeau (Maurice Bénichou) quem ela procura. A partir da reação do Sr. Brotodeau ao receber o seu tesouro de infância, Amélie ganha gosto em ajudar as pessoas a seu redor através de pequenos atos e estratagemas. Mas no decorrer das cenas, o cineasta mescla humor com ternura. O resultado é que o espectador fica tocado pela inocência de Amélie e se pergunta: será que ainda existem pessoas boas? Pessoas capazes de dar a mão a um ceguinho e ajudá-lo a atravessar a rua? E mais: pessoas que descrevem um simples trajeto para alguém que não pode ver? Coisas tão fáceis e ao mesmo tempo tão difíceis de se fazer. Amélie ajuda desde um cego na rua até suas colegas de trabalho, seus vizinhos e tenta ajudar seu pai que vive em luto, a viajar através do gnomo que ele tanto adora. Amélie anda de metrô e, acredite, dá de livre e espontânea vontade moedas aos mendigos (ótima a passagem em que um deles se recusa a aceitar o dinheiro alegando que não trabalha aos domingos!) Amélie começa a ter uma certa proximidade com Joseph e com ele a ajuda torna-se mútua. Mas a jovem não faz apenas boas ações como também ataca de justiceira fazendo "travessuras" com quem é mau na visão dela, uma das comicidades do filme.
Em meio a todos esses fatos ela se apaixona à primeira vista por um rapaz e, por pura timidez e falta de trato nas relações interpessoais, começa a fazer um jogo de pistas para que ele a encontre. Ele, Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), é tão 'estranho' quanto ela. Trabalha numa sex shop e no trem fantasma de um parque, coleciona fotografias instantâneas que as pessoas jogam fora, é fissurado por um determinado senhor que tem dessas fotos espalhadas por todas as máquinas da cidade e embarca na aventura que é tentar conhecer a moça que encontrou seu álbum perdido.
No decorrer da trama amizades são consolidadas, benfeitorias são realizadas, peraltices são feitas e principalmente o ponto alto da história pode ser sentido: o prazer nas pequenas coisas e nas sensações que elas causam. Amélie é uma personagem sensível que procura esses pequenos prazeres cotidianos e isso é incrível.
Quanto à fotografia do filme posso dizer que é encantadora e ouso dizer magnífica. Como se pode perceber as cenas são cotidianas entretanto há a fantasia característica do diretor mais uma vez nos detalhes: de iluminação, em cenas como a do coração de Amélie visível e disparando, da cópia da chave em seu bolso como se tivéssemos visão de raio-x, dos casais tendo orgasmos simultaneamente, na escolha de cores predominantemente contrastantes.O verde, o vermelho e o amarelo sempre presentes nas cenas, harmonizando e disputando a atenção dos espectadores. Curiosamente, essa escolha de cores foi inspirada no trabalho do artista plástico brasileiro Juarez Machado. É fascinante não só a história, mas também o modo como ela é retratada. Jeunet fez uso de ângulos dinâmicos e principalmente inusitados, além de uma edição de luz espetacular na qual determinadas cores se tornam mais realçadas e outras mais opacas.
A respeito da trilha sonora digo que muito me agrada e combina bem com o clima das cenas e da história. Sendo em sua maioria instrumental, remete bem aos ares franceses, ora animadas, ora tranquilas, ora soando quase como canções de ninar. Essa trilha foi composta por Yann Tiersen. Conheci as canções antes de ver o filme e foi uma das motivações para querer assisti-lo o quanto antes. Deixo a seguir o áudio que ouvi.
Além de todos esses pontos que ressaltei aqui, o filme contém muitos outros e nos mostra como determinados fatos moldam o caráter e a visão do mundo de uma pessoa. É um filme simples, ingênuo e engraçado. No mundo moderno, onde todos estão tão preocupados consigo mesmo, tão mergulhados no trabalho, nas contas e no seu mundinho individualizado, Amélie Poulain surge como uma fada madrinha. Poderia ser um conto de fadas, com elfos e anões, como a superprodução "O Senhor dos Anéis". Mas não é. Amélie não precisa de varinha mágica para mudar o mundo. Tudo o que ela faz é prestar atenção no próximo e tocá-lo de alguma maneira. E isso vale, e muito!
Espero que tenham gostado e que se ainda não assistiram a esse filme se interessem por assisti-lo. Se quiserem acrescentar algo, por favor, sintam-se à vontade, a caixa de comentários estará sempre aberta.
Bises, até a próxima postagem!
Tainah P.
Au revoir! :*
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