Nascemos com a difícil tarefa de aprender a conviver com nós mesmos e com os outros. Começamos a crescer e passar a entender tudo aquilo que se passa dentro de nós. Vem o passado e nos mostra que nossas certezas nem sempre são tão certas assim. Alguns tempos depois as despedidas começam e se tornam dolorosas como o tempo. Primeiro o adeus para as amigas de infância (que até pouco tempo eram eternas), adeus aos desenhos animados (se bem que até hoje eu assisto, mas não como antes), adeus ao tremendo cheiro de comida das 11:00 feita pela mãe, adeus pai levando na escola, adeus brincar na rua, adeus à delícia de ser criança. Em meio a tantos adeus e a tantas mudanças percebemos que estamos crescendo, que seu antigo eu ficou pra trás e que você não sabe se já existe uma nova versão de você. Agora veio uma rotina e problemas diferentes – se bem que, antigamente nós não tínhamos problemas e achávamos que tínhamos - você tem compromissos, tem que estudar e ralar muito pra conseguir algo, tem casa para cuidar, um cronograma para seguir e contas para pagar e tudo isso depende só de você. Ai de repente bate aquela imensa saudade de que tudo o que já se passou. E junto com a saudade vem aquele medo e a sensação de culpa, de ter feito algo errado, de ser culpada porque algo que não deu certo. Ai você percebe que isso é consequência de amadurecer, de tomar decisões, decisões que nem sempre queremos tomar. Quando se tem 15 anos não dá pra se exigir muito, nem quando se tem 20, como no meu caso. Quando eu era adolescente, não que eu seja uma velha e seja o barril da experiência, eu tinha medo de filmes terror, amava os filmes da Marvel, e aqueles filmes romanticozinhos de adolescentes como os da Miley Cyrus, Selena Gomez e dentre muitos outros. Quando ia assistir algum filme eu sempre optava por desenhos, séries animadas, “filmes bestinhas de crianças” e chegou um certo tempo que me questionei. “-Mas por que assistir a esses filmes?” E percebi que era porque eu estava amadurecendo aos poucos. De uns anos pra cá me vi mais madura, apesar de eu achar que sempre fui, por ter que tomar decisões adultas, de conviver com pessoas adultas, de precisar ter uma cabeça adulta pra conseguir encarar todas as tribulações que acontecem nas nossas vidas. Daí percebi que hoje em dia busco filmes diferentes, com um roteiro bem construído, onde tudo se encaixa, como as comédias românticas ou aqueles romances puros. Entretanto, entendi que os filmes que buscamos refletem o nosso estado de espírito, refletem os momentos que estamos a viver e os que queremos viver, aqueles em que o romance predomina no ar e os casais sempre terminam felizes. Mas você também percebe o tanto que esse amadurecimento te mudou, seja pelas tantas experiências, em que aprendeu com os próprios erros, ou pelas decepções na amizade e no amor, ou porque ao longo desse tempo eu conheci pessoas muito especiais e fui capaz de me espelhar nelas, para me tornar uma pessoa diferente, ou melhor. O tempo passou, eu mudei e nem todos conseguiram me acompanhar, mas apesar de tudo valeu, valeu de aprendizado, eu vivi e pude sentir múltiplas emoções. A vida segue, o tempo nunca para, o que você tem que fazer é seguir em frente com fé em Deus e confiança em si mesmo. Você só precisa se preocupar apenas em ser o suficiente para você mesmo.
Tainah Palmeira
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