sexta-feira, 15 de julho de 2016

CRÔNICA - Da Série, as formas de amar [...]




O amor não obedece à razão. Isso é claro!


O verdadeiro amor sobrevém por afinidade, fascínio, por conjuntura estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é fã de algum cantor que você gosta, ou porque ela esbanja simpatia, ou veste-se bem, ou simplesmente porque é educada, meiga e linda. Não se pode amar pelas qualidades. Isso é verdade! Caso o oposto, os simpáticos, honestos e leitores teriam uma grande fila em sua porta. São só suposições! Uma pessoa, ama pela essência, pela paz, pela serenidade interior, pela tranquilidade, pela amizade, pela harmonia, pelo silêncio e até mesmo pela trégua. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro te proporciona, ou até mesmo, pelo tormento que provoca. Ama-se pela voz calma e suave, pelo modo de olhar, pelo momento frágil que se revela quando você menos espera. Amar requer muito mais do que beijos, abraços e palavras. Sentir-se amado, é perceber o quando que a pessoa tem interesse na sua vida. É zelar pela sua alegria, e compartilhar elas com você. É preocupa-se quando tudo vai indo errado, e fazer de tudo para poder te ajudar, mesmo que seja com poucas palavras, ou só pela demonstração de preocupação. É colocar-se a ouvidos pra escutar suas dores, suas alegrias e conquistas. É de dar conselhos naquele momento de dúvida, e colocar-se a posto para ouvi-las. É dar uma sacudida no seu ânimo, mesmo com piadas sem graças, que te faz rir só pelo fato de o outro rir. É te dá uma sacudida, uma alertada quando for preciso. Ser amado é ver que ele não esquece de coisas que você contou à 5 anos atrás. É ver como a sua tristeza também deixa ele triste. Mas também é vê como ele sorri com serenidade, quando você está fazendo uma tempestade no copo d’água. Eu posso dizer que só se sente amado aquele que não transforma a dor e a mágoa em pretextos na hora da discussão, que não utiliza esse sentimento como munição para ferir o outro, mesmo que ele tenha errado. Sente-se amado aquele que pode falar e sentir-se compreendido, sentir-se aceito e inteiro, por ser exatamente como é. E não precisar mudar, porque a sua mudança vai ser agradável para o outro. A sua mudança tem que ser agradável para você. Sem ter que inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Pelo meu conhecimento literário, uns morrem, outros vivem infelizes, outros vão pra longe, outros conhecem outras pessoas, mais vivem infelizes. Então, sentir-se amado é perceber que o beijo dele é mais viciante que livros. É perceber que o seu jeito de sorrir o deixa imobilizado. Que você adora brigar com ele e ele adora implicar com você. É, isso tem nome. Amor, ou a forma de sentir-se amado. Amor é você poder registrar aquela pessoa como uma câmera na mais lenta captura. É comer com os olhos, literalmente. É saborear da íris. É entrar pela janela da alma e morar dentro, no mais puro aconchego. No cantinho que é só seu. 

Amar, é amar mesmo nas não concordâncias. É você gostar de Mpb e ele de Sertanejo. É você gostar do frio e ele do calor. É vestir a roupa que você não quer, porque ele sempre vai vestir o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, mas no fundo você acredita que sim. Porque as vezes ele te surpreende com uma rosa, toca violão (não que um príncipe toque violão), te declama poemas, ou até mesmo, riminhas inventadas na hora pra te fazer sorrir.

Ah, o amor, essa coisa. Quem dera o amor não fosse um sentimento. Fosse um romance feliz de livro, em que tudo ocorre bem e feliz. Amar não requer conhecimento prévio, nem intertextualidade sobre outros amores. Ama-se justamente pelo fato de o amor ser indefinível, inexplicável. Porque mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Agora reflita. Será que um eu te amo diz tudo ? 


Tainah Palmeira





Bonsoir mes amours !

Hoje eu trouxe pra vocês a primeira crônica que escrevi, a um certo tempinho! Espero que gostem e compartilhem.

Bises, até a próxima postagem!

Tainah P. 



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